Atrás de mim
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Eu queria poder deixá-lo de lado,
como se fosse outra coisa — sem eu —,
insensível, longe, impassível, neutra,
mas não uma coisa da qual me desfaço.
Na verdade, ninguém mais pode tê-lo,
pois tê-lo é ser nele identificado.
E se acaso decido liquidá-lo,
extinguimo-nos juntos num só peso.
Entretanto, ainda somos decompostos.
O que a vista alcança não se conforma,
tudo parece torto, quase solto.
Talvez me bastasse vê-lo de costas,
por inteiro. Seria como ver outro:
uma imagem secreta que me adorna.