O próximo passo
No início nem sabíamos que existia.
— Aonde você vai? Deixa eu pôr os chinelos.
Depois se torna uma possibilidade,
ela existe, mas temos outras vontades.
De repente, a gente se esforça: levanta
cedo, coloca um sapato… A vista encanta.
Não chegamos, mas pouco importa, tudo é
novo, nem parece que a gente se esfola.
Levantamo-nos de novo, mais espertos,
e da expectativa nos tornamos servos,
ainda que os sapatos estejam furados.
Cremos ir além na próxima investida,
porém no fundo nos dizemos: desista,
qualquer astúcia é ingênua diante do acaso.