Em vão

Livros na estante, copos no armário, cadeiras debaixo da mesa.
Uma performance da disposição.
Não cair, nosso equilíbrio é vulgar.
Mas com um encanto insuperável, o chão seduz de arranha-céus a aviões e cruzeiros
— é por causa do chão no fundo das águas
que nos afogamos.
Por onde
vão
na superfície
acham
que não se espera.
A asa da libélula é de chão, existe chão nas cordas de piano e no som de trovão.
Não adianta organizá-lo
é inútil se equilibrar.