Piscina
Piscina Já há tempos sem cores,o mato tomou contados escorregadores, onde à beira da estradaclamam expectativashá muito desusadas. Me atento ao som dos carros— qual água ainda escorrendopelas curvas de plástico.
Piscina Já há tempos sem cores,o mato tomou contados escorregadores, onde à beira da estradaclamam expectativashá muito desusadas. Me atento ao som dos carros— qual água ainda escorrendopelas curvas de plástico.
No escuro Enquanto tinha luz lá fora, ainda dava pra ler, depois só me restava ficar parado, olhando pro escuro. Mas não gostava de ficar com os meus pensamentos, que nunca saem do lugar. Se pensar fosse bom, a vida se bastaria. Pra que sair de casa, se envolver com pessoas, fatos, pra que ler
Desdita II A partir de hoje tomariamais cuidado, e refletiu sobrea quieta e cínica apatiado possível, do antes que fosse. Convicto deu um passo adiante,mas se deparou com o mesmoespelho. Fodido como antes,só a sorte teria peso. Mais cuidado! e refletiu sobresó a sorte. Teria pesoa quieta e cínica apatiado possível, do antes que fosse,
Desdita I Vejo-a do outro lado da rua,eficaz, mas rumo a outra porta.O horizonte brilha, me inunda,pois minha chance inda vigora. Apenas um conforto efêmero,todavia. É fácil não sero que a custo pode ocorrer— um mero artifício que invento. E o que não está do outro lado,mas caminhado para cá?Eu daqui a pouco. Num passoapertado,
Aonde você Chegarei aonde você me vê.Não vou tomar cuidado, não vouandar na ponta dos pés. Pra quê?Você não vai se assustar comigo. Como que pra quebrar o silêncio,dirá: está aqui já faz tempo?Sim, mas cheguei depois de você.
Em vão Livros na estante, copos no armário, cadeiras debaixo da mesa.Uma performance da disposição.Não cair, nosso equilíbrio é vulgar. Mas com um encanto insuperável, o chão seduz de arranha-céus a aviões e cruzeiros — é por causa do chão no fundo das águas que nos afogamos. Por ondevão na superfície acham que não se
trama hoje vou iniciaruma nova medidaestá sendo usada a tentativa passadafoi malogradaa origem da partidaainda persisteno desejo de ontensencontrei o fim da saídadepois de me convencer denovo, hoje vou iniciar.
Tudo que eu achava A desorganização das coisas me exasperava,queria a visão intacta. Antes de qualquer ação, guardava tudo que eu achava. Enquanto agia, mais objetos surgiam, também deslocados. Guardei tudo, fui esperto — guardei até o que espero. Quando vi, fiquei de lado.
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Abismo À beira, seduzido por seu porte,você que me propõe ou eu sozinhoque me ofereço? Tudo aí cabe, mesmoo que não haveria de ser feito.Nenhum sinal, no entanto, sequer umeco, um lampejo… Talvez haja luz,mas devorada pela inexistênciade onde se encostar? O que te define,afinal, a distância do chão?E se eu ficar aqui te olhando,